Por: Ricardo Árcoli
Estava me segurando para assistir ao filme BACURAU, apesar da crítica ter elevado a produção a patamares de obra prima. Para mim, foi uma obra mal acabada!
Bacurau, um pequeno povoado do sertão brasileiro dá adeus a Dona Carmelita, mulher forte e querida por quase todos, falecida aos 94 anos. Dias depois, começam os sinais de que a tranquilidade de Bacurau estará sob ameaça. Uma sequência de incidentes mergulham o vilarejo numa tensão crescente. No entanto, muitos não contavam com um detalhe: que no passado desse lugar extraordinário estava adormecido um talento especial para a aventura.
A sinopse é extremamente simples e poderia proporcionar um ótimo divertimento, ou até mesmo uma reflexão sobre as mazelas que o povo tem de enfrentar por falta de uma infraestrutura adequada, falta de apoio de um governo corrupto e explorador, a precariedade da educação e todas as realidades que estão gritando em nossos ouvidos mas que insistimos em fazer ouvido mouco! O PROBLEMA É QUE O FILME É RUIM PARA CARAMBA! Isto mesmo, ruim demais! Nada ali convence, o primeiro ato é arrastado e não separa o joio do trigo, preferindo jogar ao léu uma sequência de cenas desconexas e muito, mas muito mal editadas (tá certo que o diretor quis mostrar um filme demente, mas nem isto conseguiu, pois até para a demência cinematográfica tem de ter coerência, cara!) e executadas. A captação do som é ruim e a dicção de alguns personagens merecia uma legenda. Cenas de nudez e sexo sem necessidade, acho que só para tentar prender a atenção, pois não havia razão de estarem lá. A Teresa (Barbara Colen) começa com um destaque no início e se apaga do meio para o fim, disseram que a participação dela era realmente para apresentar a cidade e só, e olha, cumpriu direitinho hein? O roteiro é uma verdadeira MERDA, parece que o senhor Kleber Mendonça Filho chegava no set com um saco de salgadinhos, posicionava a câmera em que o ângulo não importava e dizia: “Agora é a cena do velório” e ia passear, ridículo!
BACURAU tem um apelo interessante, mas uma execução tão pobre quanto o povoado que leva o título do filme. No geral é ruim, forçado, parado, raso, apelativo, sem explicações para certas situações e fatos, é um clichezaço político ideológico, tem atuações no máximo medíocres, personagens sem profundidade e que estão ali só para não deixar o filme muito vazio. Juro que não entendo as premiações e muito menos a aclamação por conta do tema. É uma pena, pois queria realmente ter me conectado com esta bizarrice!!!!!!!
